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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dr. Eugênio Estrôncio - (seriado – parte 3)


- Sim, sim! O Dr. Freud, a exemplo dele próprio, me recomendou que eu também morasse em Viena. Um homem muito sábio! Sapientíssimo.
- Com quantos anos o senhor iniciou o seu tratamento com o Dr. Freud?
- Com dezesseis, em Viena. Eu era muito nervoso antes de morar em Viena.
- Ah..., então a tranquilidade veio em decorrência do tratamento?
- Não, em hipótese alguma. Foi o tratamento com o Dr. Freud e a magnificência de Viena que me curaram do nervoso. O resultado foi um espetáculo!
- Conversando com o senhor e vendo a sua imensa tranquilidade como eu estou aferindo aqui nesta entrevista, quem diria que o senhor um dia foi nervoso. Quanta mudança Dr. Eugênio!
O que no passado o deixava tão nervoso assim, a ponto de sair de seu país e fazer tratamento com o Dr. Freud?
- As mulheres.
(Larissa Helena não se contém e libera uma imensa gargalhada)
- As mulheres?
Olha aqui geeennnnte, uma notícia de primeiríssima mão.
Fui cutucando, cutucando e o Dr. Estrôncio abriu o jogo hein!
As mulheres! Com dezesseis anos apenas e o senhor já tinha problemas com as mulheres Dr. Estrôncio?
- Sim, sim.
- Mas como assim? Conta essa história pra gente Dr. Estrôncio?
- Com as mulheres, muitas mulheres, uma mulherada danada, um tormento sem fim.
- Dr. Estrôncio por favor explica isso melhor, como foi isso?
Sem sombra de dúvidas, estamos diante de um furo de reportagem dos bastidores do mundo científico minha gente!
- Não, não minha filha! Essa notícia foi dada em primeira mão há muitos anos atrás no Jornal Tribuna do Povo, lá em Viena. Excelente matutino!
O Dr. Freud ajudou-me a libertar-me daquelas amarras e Viena foi o cenário perfeito. 
Eu mesmo chamei a imprensa e falei. Houve afeto e acolhimento para as minhas questões.
Viena, hospitaleira Viena!    
- Bem...hã, hã, (Larissa Helena totalmente desconcertada) mas devido ao tempo transcorrido, talvez fosse bom relembrarmos isso tudo então?
O Brasil quer saber, era uma tara Dr. Estrôncio?
Por que o senhor ficava com tantas garotas nessa idade? O garotão Eugênio era insaciável?
- Sim, eu ficava com muitas. Um mundão delas.
- Transava com tão pouca idade com essa mulherada toda? Meeeuuuu Deus! Que louuuucura!
- Não... não, eu não transava com ninguém. Eu pensava, pensava, pensava o tempo todo só em mulher.
Dia e noite pensando na mulherada. Pensava na farra e na esbornia. Era uma loucura mesmo.
- Mas as informações que eu disponho é que o senhor se envolveu com a ciência e a pesquisa ainda muito jovenzinho.
- Está escrito aí?
- Sim, nosso departamento jornalístico levantou estas informações. Diante do que está nos revelando precisamos ter a real certificação diretamente de sua boca.
- Os jornais de Viena são bem mais precisos! Impecáveis nas informações! Acerta a sua fichinha aí então. O que ocorria é que junto com a ciência a mulherada esquentava também os meus pensamentos. Muita mulher, ou melhor, pensamento em mulher. Viena é uma delícia também no inverno, um frio que necessita de um bom calor para agasalhar a mente.
- O senhor que prega tanto o “não perder o foco”, o “tem que ter foco”, pensava tanto assim em mulheres? Isso não o atrapalhava justamente de focar nos estudos?
- Sim, sim, atrapalhava muito o meu foco. De madrugada era o momento que mais a mulherada pipocava a minha cabeça.
- Mas como o senhor conseguia ter cabeça para a ciência e pesquisa então? Sua mente parecia tão pervertida Dr. Estrôncio?


Vide parte 4

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dr. Eugênio Estrôncio - (seriado – parte 2)


- E o que o senhor vai fazer agora diante da perda desses dados?
- Nada.
- Nossa Dr. Estrôncio como o senhor consegue manter-se tão calmo e sereno diante de uma perda tão significativa assim?
- Morando em Viena.
- Dr. Estrôncio outra coisa admirável é como o senhor consegue produzir um trabalho científico dessa complexidade em tão pouco tempo?
- Tem que ter foco minha filha. Não pode perder o foco.
- E como o senhor consegue isso?
- Morando em Viena.
- Mas vamos para outras perguntas, pois a minha pauta é imensa e não é sempre que temos o Dr. Estrôncio por aqui para falar de ciência pura e de alto nível.
Dr. Estrôncio todos nós sabemos que o senhor é o cientista mais velho em atividade no mundo. A pergunta que não quer calar é a seguinte: quantos anos o senhor tem? Afinal de contas tamanho conhecimento científico não é para qualquer um.
- Bem..., eu contei até os cem anos, depois parei de contar. As caixinhas de velinhas só contêm cem velinhas..., daí achei bobagem comprar duas caixinhas por causa de uma velinha e acabei não comprando e não contando mais.
- O senhor procura tratar esse assunto com um “sorrisinho irônico” nos lábios. Será que por trás dessa atitude o senhor não esconde que o peso dos anos começou a te incomodar?
- Não, não escondo não..., os anos não me incomodam em nada mesmo. O que está me incomodando neste instante é outra coisa.
- Opaaaa...escutem aí um segredinho que vai escapar! O senhor poderia nos confidenciar?
(Dr. Eugênio Estrôncio levanta e senta-se novamente)
- O que estava me incomodando era este cabo do microfone bem no meio da minha bunda.
- Peço-lhe imensas desculpas por essa situação tão inconveniente Dr. Eugênio. Produção por favor uma assistência aqui para o doutor.
- Nem precisa ajuda alguma, eu mesmo já dei um basta nisso. Não atrapalhou o som aí?
- De maneira alguma Dr. Estrôncio.
- Como o senhor é tão livre e descomplicado?
- Viena contribui muito para isso.
- Já que o clima pende para isso então vamos descontrair nas perguntas.  Conte-me aqui em segredo Dr. Estrôncio. Depois de ficar dois anos longe do país, o que o senhor está achando das nossas lindas mulheres? Destas o senhor deve ter sentido saudades, afinal o “bumbum” das brasileiras é invejado no mundo todo!
- Não estou achando nada. As mulheres de Viena são exuberantes.
- Bem... (limpando a garganta e sem saber o que perguntar) ... Doutor Eugênio Estrôncio, ensina para todos os nossos telespectadores, qual o segredo do senhor estar tão conservado assim?
- O segredo é morar em Viena.
- Bem...hãhã... (Larissa Helena limpa novamente a garganta, já bem incomodada com o fato do Dr. Eugênio falar tanto e tão bem de Viena) hãhã...
Dr. Eugênio é verdade que o senhor fez análise com o próprio Dr. Freud?
- Sim, em Viena.
- Então seria este o motivo de tanta tranquilidade e paz de espírito?
- Sim, sim! O Dr. Freud a exemplo dele próprio, me recomendou que eu também morasse em Viena. Um homem muito sábio! Sapientíssimo.
- Com quantos anos o senhor iniciou o seu tratamento com o Dr. Freud?


Vide parte 3

domingo, 26 de outubro de 2014

Dr. Eugênio Estrôncio - (seriado - parte 1)


Larissa Helena – Entrevistadora do Programa C&E Television
- Boa noite!
Estamos iniciando o programa Ciência e Evolução, hoje nosso convidado é mais do que especial, é o famoso Dr. Eugênio Estrôncio.
O Dr. Eugênio Estrôncio já foi convidado há mais de dois anos e somente agora está nos dando a honra de sua presença.
Ele está de passagem pelo Brasil para uma série de entrevistas em universidades e em algumas mídias científicas.
Nós do Programa Ciência e Evolução somos felizardos por tê-lo em primeiríssima mão.
Nos honramos Dr. Estrôncio pelo fato de uma pessoa tão famosa e requisitada no mundo científico ser brasileiríssimo como o senhor.
Dr. Estrôncio como é para o senhor ficar tanto tempo longe do Brasil, morando em Viena e vindo tão poucas vezes nos visitar?
- Bom! Muito bom, Viena é uma maravilha!
- Dizem que quem conhece desta água jamais esquece. Isso é verdade Dr. Estrôncio?
- Eu não sei como está a água daqui e por isso eu trouxe diversos galões de água de Viena que é um espetáculo! Boa mesmo!  
- Mas o senhor não sente falta da sua terra natal, do seu povo? Do cafezinho, do feijão preto, do samba, das mulheeeeeres brasileeeeeeiras?
- Não, nadinha de nada. Sinto muita falta mesmo é de Viena.
- Então o senhor não sente falta de nada no Brasil?
- Sinto, sinto sim.
- Ah bom, que susto Dr. Estrôncio! E do que o senhor sente falta?
- Neste instante do meu notebook, que roubaram agora pouco no aeroporto quando fui tomar um cafezinho. Ah...deixa eu ver, da carteira também, acho que “me bateram” depois que paguei o cafezinho. É....acho que até então é só isso.
- Muito triste Dr. Estrôncio que situações como essas tenham acontecido justamente com o senhor, que há tanto tempo não visitava a sua terra natal.
- Mas o senhor percebe que houve muitas mudanças para melhor por aqui, não é Dr. Estrôncio?
- Não percebo não, em Viena está bem melhor!
- O bom de tudo isso é que o senhor está agora aqui conosco, firme e forte como sempre.
Realmente o senhor tem razão de estar chateado pois é tão duro a gente ficar sem o notebook. As vezes nem é pelo valor do aparelho, mas pelos dados tão importantes que a gente acaba perdendo. Eu fico imaginando o notebook de um ilustre cientista e pesquisador como o senhor, repleto de cálculos e formulas preciosíssimas.
- Somente os meus cálculos finais de 935 páginas a respeito da estrutura molecular da atmosfera de Saturno que a NASA me encomendou na semana passada.
- Então são dados muito importantes e secretos?
- São sim.
- Com certeza o senhor deve ter cópias de segurança de dados tão complexos e importantes assim?
- Não, não tenho “nenhumazinha”, só aqueles originais que estão no notebook mesmo.
- E o que o senhor vai fazer agora diante da perda desses dados?
- Nada.
- Nossa Dr. Estrôncio como o senhor consegue manter-se tão calmo e sereno diante de uma perda tão significativa assim?


Vide parte 2

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