Não haverá medo e nem
perigo
Você poderá meter o pé na
jaca a vontade
Não será despedido, pois
seu chefe não vai pitar nada
Assim ficará sem vontade de
manda-lo as favas
Não irá gastar seu tempo
com loterias
Será uma bobagem!
Todos os bilhetes serão
premiados
E vai dar uma merreca para
cada um
Nenhum trigo será
transgênico
Nem papel higiênico será
feito de arvore
Não haverá a transposição
do São Francisco
Nem pistolas e nem canhão,
acho que isso será bom
O sertão não vai virar mar
E nem o mar irá virar
sertão
O que é, continuará como
sempre foi
E o que não é, nunca será e
fim de papo
Alfa será sempre alfa
E deixará beta em paz
O consumo não te assustará
jamais
Pois os cartões ficarão
cheios de crédito
Não haverá mais filas
Não haverá mais senhas
Nem prazo para pagamento
E todas as bundas serão
quadradas
Não haverá mulheres frutas
Nem homens bananas
Todos serão iguais
Isso evitará muita
discórdia e confusão
As Giseles serão como as
Marias
Os Zés como os Manés
Os motores terão as mesmas
potências
Assim os fusquinhas
correrão como as Ferraris
Vestiremos todos da mesma
cor
Se for macacão todos de
macacão
Se for jaleco branco e
estetoscópio no pescoço
Assim será
Times diferentes
Nem pensar
Todos gritarão “goool” na
geral
Não importa em que rede a
bola entrar
O começo ficará sempre no
início
E o fim ficará eternamente
em seu devido lugar
Não se chateará da
incompetência
Nem se vangloriará da sua
fabulosa ereção
Afinal no Dia do Juízo
Final, sem enchimento de saco
Iguais descansaremos enfim,
todos confiáveis e destemidos
Para sempre no tão sonhado
Paraíso
Seja bom ou seja insípido