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domingo, 30 de novembro de 2014

Parque Vicentina Aranha



"Parque Vicentina Aranha" - anteriormente Hospital Geriátrico Vicentina Aranha (São José dos Campos/SP)

Autor: João de Azeredo Silva Neto
Copyright do autor










sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Tempos insuportáveis


O tempo se repete,
de maneira diferente.
Quem “arranca” estende a mão.
Pro “ajudado” fica onde corre o caldo sujo do sabão.
Dão-lhe uma empada de presente.
Com aquela ironia de sempre
e “ácida doçura” lhe falam:
você não é mais um ser carente!
Já tem café da manhã, almoço e jantar.
Já está de “bucho cheio”,
o que mais tem pra reclamar?
O tempo se repete,
de maneira diferente.
Dão-lhe farofa de presente.
Pra fechar de vez uma solução,
arrancam-lhe mais alguns dentes da frente.
Como boca estourada nada fala,
dão por encerrada a trágica reunião.
O tempo se repete
De maneira diferente



quarta-feira, 26 de novembro de 2014

"Virgulino" em momento lúdico



"Virgulino em momento lúdico" - (Jacareí/SP)

Autor: João de Azeredo Silva Neto
Copyright do autor


terça-feira, 25 de novembro de 2014

Memórias de uma querida vovó


Minha avó se foi.
Com ela muitas lembranças
de seu rico viver.
Minha avó se foi.
Com ela minhas esperanças
de muitas coisas saber.
Deixou saudade!
Esta não se calou,
perpetuou.
Oh...vó querida,
colhi tão pouco de sua memória,
de sua história, da minha história.
Momentos, você me ofereceu.
Eu não estava maduro, ...não sei, não aproveitei.
O que sei é triste.
Que sei que tão pouco sei.
Se o tempo voltasse
e eu como agora enxergasse,
eu diria: "minha adorável vovózinha
conta mais uma historinha,
também a sua história,
nem que seja só mais uma vezinha".


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Margarida, Violão e Cavaquinho


No dia do meu enterro,
vou levar meu cavaquinho    
e o meu violão.

Acho a Margarida muito boa!
Não desafina, não destoa,
dela também não abro mão.

Eu vou pro céu com muito amor!
Lá prá cima vou casar,
se a Margarida me dizer “sim”.

Vou fazer o meu convite,
mas já tenho um palpite:
que ela não vai aceitar.

Se isso acontecer,
vou falar ao Salvador
que eu não viajo sem o meu par.

Se isso acontecer,
vou pedir ao Salvador
que por aqui quero ficar.

Eu não vou mais não,
por aqui eu vou ficar
e com Margarida me casar.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Coração de criança


Coração de criança,
esperando carente, impaciente,
para sorrir novamente
no próximo Natal.




terça-feira, 18 de novembro de 2014

O nariz do Bulhões


Uma vez conheci um nariz, um formoso nariz..., o “nariz do Bulhões”.
Seu nariz não era um nariz qualquer, com dois buracos convencionais. A forma e o estilo também não eram convencionais.
Para ser bem sincero, Bulhões não tinha nada de convencional, mas vamos nos ater só ao nariz, que já será de bom tamanho.
Certa vez ouvi dizer que Bulhões havia feito um seguro para o seu nariz, pois temia que algo pudesse acontecê-lo longe de suas vistas. 
Quando Bulhões necessitava de cuidados nessa área era sempre pra valer.
A ajuda tinha que ser de bom tamanho.
A voz do Bulhões também era algo diferenciada pois tinha uma voz grave, forte e anasalada. Parecia que vinha de suas entranhas.
A linha de perfil de seu nariz tinha um contorno único, digamos, generoso.
Começava próximo dos olhos, ia avançando e depois arredondando, mas... sempre avançando.
Quando atingia o ápice do avanço, a linha voltava subitamente para o rosto, terminando próximo dos lábios.
Esta descrição refere-se ao contorno.
Vejamos agora na largura. Eu diria que “de boas proporções”. Farto na largura e farto nas ventas.
Quando Bulhões assoava seu nariz é que se tinha a real dimensão desse quesito.
Os pelos daquelas grandes ventas eram aparados com constância e isso lhe dava um trabalho fenomenal. O acesso aos pelos era fácil, o difícil era dar conta da abundância.
Confesso que certa vez tive pensamentos mórbidos a respeito desse nariz e que até hoje me ressinto disso. Pensei na quantidade de algodão que um dia seria necessária para preencher aquele par de ventas.
Finalizando vocês poderiam dizer: eu não achei nada engraçado!
E eu lhe digo: é que você não conhece o nariz do Bulhões, ou será que conhece?

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Agradecimento a todos os meus leitores



Este blog foi criado no dia 13 de janeiro de 2008 e o meu primeiro artigo foi “http://joaoazeredo.blogspot.com.br/2008/01/no-h-espao-para-superficialidade.html

Dias depois, 29 de janeiro de 2008 publiquei “http://joaoazeredo.blogspot.com.br/2008/01/aos-tantos-brasileiros-jos.html

Foi reativado somente em 16 de abril de 2014 com o meu artigo “http://joaoazeredo.blogspot.com.br/2014/04/nosso-telefone.html


Hoje quero agradecer e comemorar com todos os meus estimados amigos leitores a marca de mais de 3.000 visualizações em vários países, conforme o registro abaixo.

País/Visualizações
Brasil
2135
Estados Unidos
669
Alemanha
92
Rússia
39
Ucrânia
22
Polônia
21
França
10
Portugal
8
Espanha
4
Reino Unido
4


Um grande abraço a todos


João Azeredo

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A mentira



A mentira é um “boneco” oco com o coração de pedra e a cabeça de fogo.
Não possui vísceras e nem entranhas.
Já foram consumidas pelo aparente doce fel da ilusão, que castiga e corrói com a sua acidez os alicerces da construção.
Qualquer esperança num futuro é pura quimera em algo que nunca haverá de acontecer.
Não haverá sol, tarde ou noite.
Uma luz que nunca irá surgir no horizonte.
Somente os dias sombrios, nublados pela mesmice triste e sem graça do não viver.







sábado, 8 de novembro de 2014

Poder, bravatas e fantasias



Um poder capaz de decidir destinos, vidas.
Uma palavra, uma assinatura ou até mesmo um simples gesto basta para sacramentar suas decisões.
Entrava, saía, sem pedir passagem.
Mandava, cumpria-se.
Anos e anos seguidos; mandava, cumpria-se.
Ao seu gosto teatraliza-se simples, singelo e acolhedor.
Ao seu gosto exibe-se “in persona”, sua frieza, seu calculismo implacável e impiedoso.
Estratégias! Mecanismos de rei macabro.
Não um rei de comando, mas de mandos, um pseudo-rei e por esse e demais motivos, exige titulações e honrarias.
Rei real não impõe. É naturalmente entronizado. Não se prende ou se cansa com o peso do cetro, coroa e nem mesmo do pomposo traje real. Utiliza tais apetrechos de honrarias com leveza, diferentemente do falso rei que a ostentação pesa-lhe as ancas.
Assim seguia seus dias, sem traumas ou remorsos.
Não foi posto pois fez-se rei, com poderes de rei.
Não foi deposto e sim, “decomposto”.
A “decomposição” é uma substância poderosa, implacável, porem justa. Não faz discriminações, trata a todos por igual, elemento fatal para este tipo de rei. Nivela-o as pessoas, as coisas e a tudo mais que se decompõe. Coloca-o morto em vida e, do que vale um rei morto?
Que poder tem um rei morto?
Para um falso rei: N e n h u m!
Um rei de “carnaval”, eventual, de fantasia, que necessita manter-se rei. Diferente de um rei real que são imortais pela beleza de sua realeza.
A verdade nua e crua é que esse rei foi “decomposto” e assim, perdeu seu posto.
O rei ficou inerte a ação dessa substância soberana.
Tentou fazer valer daquele seu antigo poder. Em vão!
Ficou impaciente e irritado. Vociferou, desesperou, até que sem forças, usou o último recurso do rei decomposto: “a ilusão”.
Mergulhou em bravatas inglória e nas fantasias de seus dias de nefasto rei de outrora.
Conheço muitos reis postos por legitimidade.
Grandes monarcas, reais reis! Que comandam, agregam e libertam seus súditos com maestria e requinte.
Uns se vestem de batinas ou togas negras, outros de branco da camisa ao sapato, outros de colarinho branco e gravata, outros até com simples macacão cinza e capacete de fibra multicor.         
Mas infelizmente também conheço alguns desses falsos reis, que usam os mesmos trajes para aprisionar e ceifar esperanças de pessoas que apenas desejam ser felizes.



sábado, 1 de novembro de 2014

Dr. Eugênio Estrôncio - (seriado – parte 4 - fim)


- Sim, sim, atrapalhava muito o meu foco. De madrugada era o momento que mais a mulherada pipocava a minha cabeça.
- Mas como o senhor conseguia ter cabeça para a ciência e pesquisa então? Sua mente parecia pervertida Dr. Estrôncio?
- Sim, confesso que era muito pervertida, obsessiva.
- Esses pensamentos cansavam-lhe a cabeça?
- Eu ia a fadiga, me tiravam totalmente do foco. Agradeço muito ao Dr. Freud e a Viena, pois do jeito que minha cabeça funcionava eu não teria condições de ir pra frente em coisa alguma. Está vendo, curadinho! Hoje estou em foco no mundo todo.
- E hoje no que mais o senhor pensa além da ciência?
- Na senhorita.
- Em mim, como assim? Está pensando alguma bandalheira de mim?
- Não senhorita! Estou pensando em que momento irá começar a me perguntar sobre ciência. Também estou pensando em logo retornar para Viena. Viena, quantas saudades você me traz! 
- Doutor Eugênio Estrôncio estou recebendo aqui no “meu ponto” uma informação da direção do programa, que nosso tempo de entrevista acabou!
- Acabamos nem tocando em ciência que é justamente o tema primordial do programa Dr. Estrôncio.
Sua presença custou uma fortuna para a nossa emissora e agora também poderá custar o meu emprego!
O que o senhor pode dizer para salvar-me desta situação horrorosa Dr. Eugênio?
(Dr. Eugênio de maneira calma e serena)
- Acho que a senhorita dá muita atenção para essa questão de farra e mulherada, está parecida comigo antes do tratamento. 
Isso acaba com a concentração!
Sugiro que vá morar em Viena minha filha e fazer psicanálise com os discípulos do meu estimado Dr. Freud.
- Por que o senhor fala tanto de Viena e do Dr. Freud?
- Porque aquele que não se foca no que tem, um dia acaba sem.
- Realmente Dr. Eugênio eu me desconcentrei, em ciência eu nem toquei, dancei...
- Não desanima não minha filha, porque houve solução até pra mim!.....Fim

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