Uma vez conheci um nariz, um
formoso nariz..., o “nariz do Bulhões”.
Seu nariz não era um
nariz qualquer, com dois buracos convencionais. A forma e o estilo também
não eram convencionais.
Para ser bem sincero, Bulhões
não tinha nada de convencional, mas vamos nos ater só ao nariz, que já será de
bom tamanho.
Certa vez ouvi dizer que
Bulhões havia feito um seguro para o seu nariz, pois temia que algo pudesse acontecê-lo longe
de suas vistas.
Quando Bulhões necessitava de
cuidados nessa área era sempre pra valer.
A ajuda tinha que ser de bom
tamanho.
A voz do Bulhões também era
algo diferenciada pois tinha uma voz grave, forte e anasalada. Parecia que
vinha de suas entranhas.
A linha de perfil de seu
nariz tinha um contorno único, digamos, generoso.
Começava próximo dos olhos,
ia avançando e depois arredondando, mas... sempre avançando.
Quando atingia o ápice do
avanço, a linha voltava subitamente para o rosto, terminando próximo dos
lábios.
Esta descrição refere-se ao
contorno.
Vejamos agora na largura. Eu
diria que “de boas proporções”. Farto na largura e farto nas ventas.
Quando Bulhões assoava
seu nariz é que se tinha a real dimensão desse quesito.
Os pelos daquelas grandes
ventas eram aparados com constância e isso lhe dava um trabalho fenomenal.
O acesso aos pelos era fácil, o difícil era dar conta da abundância.
Confesso que certa vez tive
pensamentos mórbidos a respeito desse nariz e que até hoje me ressinto disso. Pensei
na quantidade de algodão que um dia seria necessária para preencher aquele
par de ventas.
Finalizando vocês poderiam
dizer: eu não achei nada engraçado!
E eu lhe digo: é que você não
conhece o nariz do Bulhões, ou será que conhece?